terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Institutas


Estou com uma semana de folga do meu trabalho, um brinde que minha chefe me dá todo final de ano, resolvi fazer alguma coisa interessante, estou lendo As Institutas na versão da UNESP, a seguir um resumo do que li até agora, estou ruminando o livro, sem pressa para terminar, Calvino foi um sábio mesmo, só quem pega a tarefa de lê-lo é que sabe, segue o meu resumo:

Conforme Calvino há em todo ser humano um senso da divindade "que é uma compreensão de deidade, da qual, renovando com frequência a memória, instila de tempos em tempos novas gotas, para que, quando todos, sem exceção, entenderem que há um Deus e são sua obra, sejam condenados, por seu próprio testemunho, por não o cultuarem e não consagrarem à própria vida à vontade d'Ele". Ainda que esta compreensão não seja perfeita ela deixa os homens indesculpáveis perante Deus "Está inscrito no coração de todos um sentimento de divindade".

Ademais, há o testemunho exterior a nós, a saber, a criação de Deus, a natureza. Deus qual artista deixou de modo marcante sua assinatura na criação, desse modo ainda mais deixa indesculpável todo homem. Ainda assim, este sinal interior e exteriores podem ser e são distorcidos pela natureza caída humana a ponto do homem ao ver as estrelas do céu em vez de adorar o Criador, adora a criatura, famigerada mãe natureza.

Então, Calvino nos leva a seguinte reflexão: Se os sinais interior e exteriores não são suficientes para levar o homem a um conhecimento seguro de Deus, logo se faz necessário um regra infalível que o assegure. Assim, é estabelecido a Palavra de Deus que é o Seu testemunho escrito.

http://www.editoraunesp.com.br/titulo_view.asp?IDT=1044

domingo, 5 de dezembro de 2010

Diferentes: Calvinismo e Arminianismo



Por Joel Beeke

O arminianismo erra ao fazer com que uma parte do fundamento da justificação repouse sobre a fé. Defendendo a predestinação condicional e a fé condicional para a justificação (isto é, que Deus elege e salva aqueles que crêem), a teologia arminiana é uma farsa cruel. John Owen ridiculariza a condição arminiana da salvação – isto é, a fé – como uma impossibilidade: “é como se um homem prometesse a um cego mil libras com a condição de que ele enxergue”. Consequentemente, Owen intitula o Cristo arminiano de “apenas meio mediador” porque ele obtém o fim da salvação mas não os meios para alcançá-lo. Charles Spurgeon é mais pitoresco. Ele compara o arminianismo e o calvinismo a duas pontes sobre um rio. A ponte arminiana é larga e fácil mas não leva seu passante em segurança à margem oposta. Ela pára antes, onde só se avista a margem oposta, a da comunhão, eterna com Deus, porque algo foi deixado para a vontade depravada do homem natural realizar – isto é, exercitar a fé em Cristo por força própria. A ponte calvinista é estreita mas atravessa o rio todo porque Jesus Cristo é o alfa e o ômega da salvação e justificação. O arminianismo parece promissor, mas não consegue cumprir suas promessas porque depende de a humanidade deprevada agir; ele engana miríades de almas que acham que aceitam Cristo por um simples ato de suas próprias vontades, mas não se curvam sob o senhorio de Cristo. Imaginam que possuem fé salvadora, mas suas vidas evidenciam que permanecem mortos espiritualmente. O calvinismo é prometedor, no entanto, porque coloca todo o peso da justificação e salvação sobre a suficiência de Cristo e a operação de seu Espírito que concede e sustém a fé salvadora.

Justificação Pela Fé Somente (vários autores) – Editora Cultura Cristã

domingo, 5 de setembro de 2010

Miscelânia # 03




A despeito da ausência e sem nada postar no blog, estou saindo do meu momento off.

Pesquisas eleitorais: não sei por que, mas não levo fé nas pesquisas onde a candidata da situação leva 50% das intenções de voto. Declarando meu voto, eu sou mais 1. O grande plano do PT é ganhar esse ano para que em 2014 e 2018 Lula volte de novo como candidato. Então, terão passados 20 anos no poder e nesse meio-tempo terão feito o fundamento para se perpetuar no poder e fazer do Brasil uma grande Venezuela ou mesmo Cuba. Nunca havia pensado em morar no Canadá, mas já estou pensando...Li um comentário num blog de política que a síntese era a seguinte: "no Brasil não há uma esquerda ou direita, onde num país governado pela esquerda os banqueiros tem lucros exorbitantes...". Bem, eu penso que há muita verdade em tal pensamento, mas se for olhar direito no Brasil só há esquerda, mais ou menos esquerda e o resto é fisiologismo sem ideologia. Bem deixando a política de lado, por enquanto... vamos pensar no assunto que mais me interessa.

Comprei uns livros, cada vez mais estou me acostumando a comprar livros em inglês, não que eu não goste de livro em português, eu amo bons livros em nossa língua, o problema é que custa certos livros, autores serem traduzidos. Glória a Deus por editoras como a FIEL, Cultura Cristã, PES, Vida Nova e outras que nos trazem muita literatura boa.

Comprei a coleção de comentários de Calvino 22 livraços mais uma Institutas de bônus pela Amazon.com, gostei do frete, o preço da coleção não chegou a 120 e menos de 20 dólares o frete. Assim que comprei aumentou o preço. Que sorte! Também completei a minha coleção de John M. Frame, Teologia do Senhorio, já havia obtido o primeiro volume: The Doctrine of the Knowledge of God, qual é a minha leitura no momento. Obtive agora mais três volumes: The Doctrine of God, The Doctrine of the Christian Life e The Doctrine of the Word of God, esse é pré-lançamento me enviarão a parti de 1 de novembro, ganhei um superdesconto o livro custa uns $50, mas comprei com desconto saiu por menos de $31, depois vi que o livro aumentou para perto de $40, que sorte! de novo.

Comprei também a coleção de 5 volumes de Owen Strachan sobre Jonathan Edwards e The Holy Trinity de Robert Letham. E também comprei por um precinho camarada a Reformational Theology de Gordon J. Spykman, mas usada em ótimo estado de conservação, o preço estava quase $10, achei muito barato para um livro capa dura e quase 600 páginas. Um aviso, quando for comprar livro usado pela Amazon.com veja se compensa, pela minha pesquisa apenas vale a pena comprar livros usados pela Amazon.com se for livro que está fora de publicação, porquanto o frete onera muito valor. Um livro que queria comprar sobre o rei Eduardo, o usado ficaria mais caro que o novo por causa do frete.

Os livros que estou lendo no momento são,na medida do possível: As Institutas, O homem eterno, The Doctrine of the Knowledge, Por que Amamos a Igreja e O Novo Homem, que é uma exposição sobre Romanos 6. Desculpem-me falar tanto de livro, mas é um assunto que me excita. Estou estudando a possibilidade de fazer algo como resenhas de minhas leituras, mas pretendo ainda estudar um pouco, ter uma opinião mais madura sobre vários assuntos.

domingo, 8 de agosto de 2010

Dez Livros Que Pretendo Comprar (Português)



É comum nos blogs de Reformados americanos a indicação de livros, alguns fazem uma indicação mensal. Pensei em fazer o mesmo aqui, esta é a minha lista de compras para o próximo mês:

1 - Por Que Amamos a Igreja - Kevin DeYoung e Tedd Kluck

Havia dito que não havia nenhum livro do DeYoung em português, agora graças a Mundo Cristão há. Este livro se contrapõe a muitas ideias tão em moda hoje em dia, muitos acham que a Igreja é apenas um acessório que se pode descartar à la vonté. Se você leu o livro Por Que Você Não Quer Mais Ir à Igreja. Compre a vacina.

2 - João Calvino 500 Anos - Hermisten Maia Pereira da Costa

Para mim um dos melhores autores nacionais e também um grande conhecedor de João Calvino. Herminsten é certeza de uma leitura informativa e cativante.

3 - Firmes - Um Chamado à Perseverança dos Santos - John Piper e Justin Taylor

Compre todo livro que tiver John Piper e Justin Taylor como editores.

4 - O Chamado - Uma iluminadora reflexão sobre o próposito da vida e o seu cumprimento - Os Guinnes

Faz muito tempo que quero comprar esse livro, mas não estava disposto na Erdos, onde faço a maioria de minhas compras, só tenho boas recomendações dele.

5 - Bíblia Almeida Século 21

Pelo que vi parece ser uma ótima tradução, pelo menos é fácil de ler.

6 - Como Ler Gênesis - Tremper Longman III

Tenho uma verdadeira paixão pela leitura do Gênesis, penso que um bom entendimento da Bíblia por inteiro passa por bom entendimento do primeiro livro da Bíblia.

7 - Quem é Jesus? - Gerald Bray

Um grande autor e um assunto central.

8 - Avante Soldados de Cristo - Uma reafirmação bíblica da Igreja - Vários autores

O mesmo assunto sobre a Igreja, eclesiologia, deve ser um grande livro.

9 - A Mensagem do Novo Testamento - Uma Exposição Teológica e Homilética - Mark Dever

Sermões panorâmicos sobre todos os livros do Novo Testamento, ótimos estudos, nos inspiram a ler a Bíblia.

10 - O Deus Esquecido - Revertendo Nossa Trágica Negligência Para Com o Espírito Santo - Francis Chan

Não sei se Francis Chan é mais um Reformado "carismático" tipo Mark Driscoll, o livro de Chan: Louco Amor é muito bom.

Você encontra todos no site da Erdos: www.erdos.com.br

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Santidade



Por Herman Bavinck

Para entendermos o benefício da santificação corretamente, precisamos proceder do pensamento qual Cristo é nossa justiça. Ele é o salvador completo e todo-suficiente. Ele não realiza sua obra pela metade, mas nos salva de forma real e completa. Não descansa até(após anunciar sua absolvição as nossas consciências) comunicar sua glória e santidade plena a nós.

Pela sua justiça, portanto, não apenas nos restaura ao estado de justo, isentos do julgamento divino, para então nos deixar por nós mesmos a corrigir à imagem de Deus e ao mérito da vida eterna. Todavia, Cristo realizou tudo. Ele suportou por nós a culpa e o castigo pelo pecado. Colocou-se a si mesmo sob a lei a fim de garantir a vida eterna para nós. E, em seguida, levantou-se da sepultura para se comunicar a nós em toda sua plenitude tanto para nossa justiça quanto para nossa santificação (1 Coríntios 1.30). A santidade de que precisamos tornou-se inteiramente nossa por isso esperamos a plenitude em Cristo.

http://spurgeon.wordpress.com/2010/06/27/holiness

Por Que Devemos Glorificar a Cristo: Razão Pessoal



Por David Martyn Lloyd-Jones

(...) permitam que eu lhes apresente a última razão pra atribuir toda a glória a Ele. Devo glorificá-lO porque Ele é Deus, pelo que Ele realizou, por Sua atual posição na glória, e por causa da glória que ainda será revelada concernente a Ele. Mas, se vocês quiserem uma razão ainda mais pessoal, ei-la - esta razão é como que o resultado de tudo o que eu estive dizendo, de tudo o que Cristo realizou, que nos é totalmente possível conhecer a Deus no dia de hoje. Portanto, minha última razão para glorificá-lO é pelo que ele fez por mim. Sem Ele, onde ficamos? Somos filhos da ira, nascemos em pecado e fomos formados em iniquidade. Temos infringido as leis de Deus, e Deus nos vê com desprazer. Aos olhos da lei não temos esperança. Na vida somos desprezíveis, e depois da morte seríamos condenados, sob maldição. Mas Cristo veio e fez o que nós descrevemos; e o resultado é que Deus nos perdoa, somos reconciliados com Deus, somos feitos filhos de Deus, e todas as coisas foram feitas novas.

Por que devo glorificar a Cristo? Bem, pela nova vida que Ele me deu, pela esperança que Ele me deu, porque Ele torna diferente a vida, porque Ele muda tudo. Ele tornou a vida suportável e sustentável; Ele me libertou daquela desprezível e infeliz vida que consistia em tentar viver para o prazer, na qual eu tentava esquecer os meus problemas, sem nenhuma esperança na vida e sem nada depois da morte, a não ser escuridão e trevas. Ele morreu por meus pecados e me reconciliou com Deus. Foi Ele que me introduziu no reino de Deus. É Ele que me dá a certeza de que, seja o que for que o homem faça comigo, vou estar com Ele em Seu reino glorioso, e vou passar a eternidade em Sua gloriosa e venturosa presença. A Ele seja a glória, agora e no dia da eternidade! Muitas coisas podem acontecer entre este momento e o dia da eternidade. Não importa; elas não podem afetar Cristo, não podem mudá-lO, não podem desviá-lO do Seu propósito. E, finalmente, nada nos pode separar do Seu amor.

A Ele, Deus o Filho; a Ele, que Se destituiu de Sua reputação, que até foi para a morte de cruz; a Ele, que saiu triunfante do sepulcro; a Ele, que está assentado à direita de Deus; a Ele, que ainda virá e introduzirá o Seu reino glorioso; a Ele, e somente a Ele, seja a glória, agora e até que Ele venha, e até "o dia da eternidade".

http://www.erdos.com.br/detalhe_pro2.php?id=8315

A Essência da Religião Cristã



Por Herman Bavinck

A essência da religião Cristã consiste na realidade de que

a criação do Pai,

arruinada pelo pecado,

é restaurada

na morte do Filho de Deus,

e recriada

pela graça do Espírito Santo no reino de Deus.

http://spurgeon.wordpress.com/2010/06/27/the-essence-of-the-christian-religion/

Diferença dos Incrédulos



Por João Calvino

Os incrédulos diferem dos filhos de Deus no fato de que, enquanto que também desfrutam dos benefícios divinos, todavia os devoram como animais sem olhar para cima. Os filhos de Deus, em contrapartida, conscientes de que todos esses benefícios são santificados pelas promessas(divinas), reconhecem nelas Deus como seu Pai. Portanto, sua atenção é sempre dirigida para a esperança de vida eterna, pois partem do fundamento, ou seja, da fé em sua adoção.

Galátas - comentário - João Calvino - Editora Paracletos -Tradutor Valter Graciano Martins - 1ª Edição 1998 - pág. 89

8 COISAS QUE PODEM LEVÁ-LO A REJEITAR JESUS (1ª parte)



Por Mark Driscoll

O que poderia compelir você a rejeitar Jesus? Há aqui oito coisas que se possível podem motivar sua rejeição a Jesus, extraídas de Lucas 4.22-30.

1. TEOLOGIA – O povo em Nazaré ama Jesus como professor, como médico, como alimentador e defensor do pobre. Mas quando Ele diz ” Eu sou Deus, e falo por Deus” Eles dizem: “Não, você é filho de José” “Você é na realidade apenas um bom garoto, todavia, não é Deus”. Alguns de vocês fazem isso “Jesus é bom homem, mas não é Deus-homem. Ele é um bom professor, exceto quando Ele falta com a verdade, dizendo coisas como Eu sou Deus e salvador”. Não O rejeite teologicamente.

2. CONTROLE – Você poderá rejeitá-Lo por causa do controle. Este era o real conflito em Nazaré. Ele se apresenta e eles dizem ” Aqui está o que queremos, Jesus. Você cresceu entre nós, sabe que somos pobres, há mulheres doentes, homens desempregados, estamos desolados, ninguém vem de uma cidade caipira rural ou por ela, e você – você é uma celebridade. Você atraí multidões. Você pode curar e alimentar pessoas. Vamos fazer uma tenda. Você será a atração. As pessoas vão vir de longe. Você pode nos alimentar, curar, abençoar, fazer-nos importantes. Vamos usá-lo para nossa própria missão. Queremos ser ricos e famosos.” Era uma questão de controle.

Jesus disse “eu não irei fazer nenhum milagre aqui em Nazaré. Não porque não possa fazer nenhum milagre, mas se fizesse, vocês iriam pensar que estariam a me controlar. E seus motivos são repugnantes, e vocês não amam a Deus.” Enquanto a viúva, teve seu milagre após confiar no Senhor. O leproso, confiou no Senhor e teve seu milagre. Jesus disse “vocês nem mesmo me amam, nem mesmo confiam em mim. Vocês apenas querem milagres. Vocês querem que Eu seja o gênio mágico que salta da lâmpada e atende a todos os pedidos. Não.

Algumas pessoas são assim com Jesus. Elas vem para uma igreja ou ministério e dizem,” tudo bem! Aqui está o que eu quero, Jesus, dê para mim, se Ele não me der? Bem, então rejeito-O. Eu sou um pós-cristão, um anticristão. Estou procurando uma outra religião ou estou indo no meu próprio caminho.” De forma a rejeitar Jesus.

3. GANÂNCIA – Havia muito dinheiro a ser feito em Nazaré, se Jesus começasse a ficar lá todas as multidões viriam a Ele, então se construiria uma enorme sinagoga, poderia ter uma oferta após a cura das pessoas, estariam fazendo o bem. Eles queriam usar Jesus por dinheiro. Então, Ele usa a ilustração da viúva. Ela não tinha nada, ela permitiu o servo de Deus viver com ela e comer sua última refeição correndo risco de morte. Você não pode usar Deus por dinheiro, isto é idolatria. Você deve amar a Deus porque Ele é Deus. Ame a Jesus porque Ele é Deus.

4. EGOÍSMO – Às vezes é apenas egoísmo. As pessoas em Nazaré, quando Ele se apresentou a elas não disseram “Jesus! Ele é adorável, poderíamos alcançar as nações. Poderíamos ajudá-Lo a proclamar as boas novas que Deus veio. Como poderíamos ajudar e servi-Lo? Como poderíamos dar nossa vida para que outros venham a conhecê-Lo? Tudo era apenas sobre o eu. “Onde está o meu milagre? Onde está a minha saúde? Onde está a minha comida? Onde está a minha provisão? E quanto a mim?”. O egoísmo cego pode nos levar a rejeitar a Jesus.

Conhecer para Viver*



Por Sinclair B. Ferguson

Quando primeiramente me envolvi no ensino da Palavra de Deus, imaginava que uma das grandes necessidades dos cristãos eram ser instruídos nas "verdades profundas" do evangelho. Eu não tinha grande experiência anterior (em minha vida pessoal) nem observação (de outras vidas), aprendi quão equivocado estava. Começava a ver que de fato as "verdades profundas"( se há tal tipo de coisa) são realmente as velhas verdades básicas do evangelho. Longe de serem supérfluas, são necessidades da vida cristã. O que mais me preocupou veio à luz ao perceber que muitos dos que eram cristãos professos eram fracos em sua compreensão do que é padrão básico na doutrina bíblica. Pensam saber o elementar da mensagem do Novo Testamento, mas por vezes seu entendimento é igual ao de uma criancinha.

Assim, ao começar a ponderar sobre esta situação, percebo que, talvez, este não fosse um estado diferente daquele que o apóstolo Paulo se deparou. Lembro-me de sua interrogação repetida nas cartas aos Romanos e 1Coríntios:"Não sabeis?...Não sabeis?" (Rom. 6.3, 16; 7.1; ICo. 3.16; 5.6; 6.2,3,9,15,19; 9.13,24). Repetida vezes havia apelado para que estes primeiros cristãos tivessem conhecimento, porém, ou eles esqueceram ou nunca aprenderam.

A convicção é que o assunto doutrina cristã é para o viver cristão um dos pontos de maior importância para o crescimento da vida cristã.

Frequentemente no trabalho pastoral tenho visto o seguinte. A maioria de nós, por natureza, não é estudante, mas é do tipo mais prático, "realizadores" antes que "pensadores". Embora, a história da igreja e as Escrituras, ambas indicam para nós isto, geralmente falando, os "pensadores" são os que melhor "realizam"! Adicione a sua mente mais das histórias das vidas de homens e mulheres que tem mais influências práticas na igreja, ou talvez em sua vida particular. Você irá descobrir pouquíssimos entre eles que não eram estudantes das verdades cristãs, porém, incansáveis em seus estudos. Dos grandes teólogos, mártires, pregadores dotados intelectualmente, dos menores em habilidade menos de poder espiritual, todos, talvez sem exceção, foram estudantes das doutrinas da Bíblia. Jaz aí o seu segredo de utilidade. No entanto, o paradoxo que é visto por nossas mentes naturais, é um dos fatos da realidade espiritual: a vida cristã prática é baseada no entendimento e conhecimento. O verso do Antigo Testamento ilustra isto. Ele diz a respeito do homem: "como imagina em sua alma, assim ele é"( Provérbios 23.7). Que resume a posição cristã perfeitamente - como pensamos é um dos grandes fatores determinantes da forma como vivemos!

Não é difícil demonstrar que essa é a convicção subjacente na totalidade do ensino do Novo Testamento.

*Parte introdutória do primeiro capítulo do livro de Sinclair B. Ferguson, The Christian Life.

Fé Bíblica e Histórica




Por Robert Letham

"Estaremos enganados se pensarmos que podemos ler a Bíblia somente por nós mesmos. Toda interpretação das Escrituras é construída sobre o que aconteceu antes de nós. No século 19, um pequeno grupo dos Estados Unidos decidiu abandonar o ensino histórico das Escrituras e estudar as Escrituras por si mesma, partindo do básico. Esse grupo publicou uma revista com o resultado dos seus estudos, chamada Studies in the Scriptures. E assim nasceu a seita conhecida como as Testemunhas de Jeová. Distante do ensino histórico da igreja cristã, o estudo da Bíblia é uma receita para o desvio. Como podemos ver, as Testemunhas de Jeová não fizeram nada verdadeiramente novo; elas apenas reproduziram as heresias do Arianismo do século 4º.

Em segundo lugar, se depreciamos as dificuldades passadas da igreja, não estaríamos nós cheios de orgulho? Não seria talvez o caso de estarmos tão envolvidos com o que o Espírito Santo esteja nos mostrando agora que prestamos pouca atenção ao que ele mostrou a outros? Parte da razão pela qual a tecnologia tem avançado tanto hoje é porque ela possui uma base de um longo período para se apoiar. Ela não tem tentado reinventar a roda!"

A Obra de Cristo - Robert Letham - página 18

www.editoraculturacrista.com.br

sábado, 26 de junho de 2010

Noções dos Pais Acerca das Doutrinas Reformadas




John Gill, teólogo batista inglês, escreveu um livro: Por Deus e a Verdade, o qual é dividido em quatro partes, nas três primeiras partes explica os textos da Bíblia que dão alguma noção de livre-arbítrio, perda de salvação etc... Na quarta e última parte, procura nos Pais da igreja trechos de seus escritos onde há alguma noção das doutrinas da graça, como Perseverança Final dos Santos, por exemplo. Bem, ainda não li todo o livro, fiz uma leitura parcial e a esmo. Ainda assim, as três primeiras partes do livro que trata sobre os versículos, achei muito boa. Já a última parte, achei no mínimo interessante. John Gill foi um teólogo muito capaz, seu entendimento em hebraico foi fenomenal. Creio que a intenção de Gill foi desmantelar a ideia vendida por romanistas e outros amantes do livre-arbítrio de que os pais não tinham noções das doutrinas da graça defendidas pelos Reformadores protestantes e seus descendentes. John Gill demonstra com muitas citações do Pais que eles tinham, sim, conhecimento, embora em muitas nuvens.

Calvino, nas Institutas, nos conta sobre a dubiedade dos Pais sobre essas questões:

"parecerá a alguns que estou a agindo com grande preconceito quando declaro que todos os doutores eclesiásticos, exceto Agostinho, falaram tão dúbia ou voluvelmente sobre este assunto, que nada se pode colher com certeza da sua doutrina. Entendem isso como se eu os rejeitasse tão-somente porque me são contrários. Mas na verdade, meu único objetivo é simplesmente advertir os leitores, para o bem destes, do que acontece neste contexto, para que não esperem demais daquilo que ali encontrarem. É que estão sempre na incerteza, visto que , num dado momento, despojado o homem de toda virtude ou poder, ensinam que ele deve buscar refúgio unicamente na graça de Deus. E noutra ocasião, lhe atribuem alguma faculdade ou poder, ou ao menos parecem atribuir-lhe. Todavia, não me é difícil fazer parecer, por algumas das suas sentenças, que, qualquer ambiguidade que acaso haja em suas palavras, não obstante, eles consideravam sem nenhum valor as obras humanas, ou ao menos pouco valor lhe davam, canalizando todo o louvor para as boas obras do Espírito Santo. Pois, que outra coisa quer dizer esta sentença de Cipriano, tantas vezes citada de Agostinho: "Não temos por que nos glorificar, porque não existe nenhum bem que seja nosso"? Sem dúvida, ele anula tudo do homem, a fim de que este aprenda a buscar tudo em Deus".

E continua, Calvino:

"Algo semelhante se vê no que disse Euchère, antigo bispo de Lião: "Cristo é a Árvore da vida; quem estender a mão para ela viverá; e a árvore do conhecimento do bem e do mal é o livre-arbítrio; quem dela provar morrerá". Também o que diz Crisóstomo: "O homem não somente é pecador por natureza, mas não é senão inteiramente pecado". Se não existe bem algum em nós, se, da cabeça aos pés, o homem nada mais é que pecado, se nem sequer é lícito que ele queira o livre-arbítrio, como lhe será lícito repartir entre Deus e o homem o louvor das boas obras? Eu poderia apresentar aqui, de outros pais, muitos outros testemunhos semelhantes, mas, para que ninguém possa ironizar dizendo que só escolhi o que atende ao meu propósito, deixando de lado o que poderia prejudicar-me, abstenho-me de alongar as minhas citações. Não obstante, ouso afirmar o seguinte: Embora, por vezes, eles exaltem um tanto o livre-arbítrio, sempre tendem a buscar como objetivo afastar o homem da confiança em sua própria virtude, ensinando-lhe que todo o seu poder está unicamente em Deus".

Agora no Blogspot

Quem conhece o meu blog no Wordpress agora tem a versão no Blogspot, não sei qual dos dois sobreviverá. Estava tendo alguns problemas com o Wordpress, de vez em quando fora do ar.

Uma Dose de Sabedoria de Calvino



Voltei a ler As Institutas, na magistral tradução de Odayr Olivetti. Cheguei a um assunto que me desperta bastante curiosidade. Sempre fico curioso em toda a questão que envolve pensamento, imaginação, inteligência e coisas afins. Acredito que saber como funcionamos é algo de suma importância. As escrituras diz: tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.( Filipenses 4.8). Concluí-se que o pensamento é como raíz de algo muito maior. Muitas vezes por não sabermos a importância de termos pensamentos puros nos leva a brincar com pensamentos espúrios. O Senhor nos advertiu que daremos conta de qualquer palavra torpe que dissermos. Isto já me levou a pensar por que o Senhor daria tanta importância a algo tão pequeno, uma palavrinha banal que não seria levada a sério por quem ouve, mas por que O Senhor se importaria?

Sou jovem, solteiro, não é incomum, ao deitar vir pensamentos espúrios à minha cabeça. Muitas vezes pensei que isso fosse algo de pouca monta. Mas cada dia penso que isso pode ser a raíz de um grande problema. Uma ação pecaminosa não vem de supetão. Quando alguém chega a trair sua esposa, isto já foi mais que amadurecido. O nosso inimigo é ardiloso. Ele sabe que não ganhará a batalha se vier para cima de uma vez. Ele tenta-nos com um pensamento(As Escrituras chama de dardos inflamados do maligno), se o aceitarmos, logo estaremos enchendo a nossa imaginação, isto irá ganhando nosso consentimento e irá aos poucos tornando desejoso até ao ponto de amarmos tanto a ideia de fazermos aquilo que numa primeira oportunidade, não pensaremos duas vezes. A história de Davi com Bate-Seba é uma boa ilustração. Davi havia acabado de acordar, ou seja, estava meio sonolento, quando viu Bate-Seba pela janela, o pensamento veio, ele o acolheu, a imaginação foi a mil e sabemos o fim da história.

O meu conselho para você que preza pela alegria do Senhor, não aceite pensamentos maus que são sugeridos a sua mente, faça alguma coisa, você ainda não resistiu até ao sangue, não deixe que um pensamento carnal surripie a sua força, porque a alegria do Senhor é a nossa força. Não troque o direito de primogenitura por um prato de lentilhas. Não pense que o Senhor não afastará o Seu rosto de você, após seu namoro com o inimigo. Porquanto quem se faz amigo do mundo se faz inimigo de Deus. Não imagine que não irá comer do fruto que está a plantar. Porque Deus não se deixa escarnecer, aquilo que o homem plantar irá colher. Não pense que o arrependimento é algo que você pode fazer a qualquer momento, pois não leste de que Judas Iscariotes após trair o Mestre se encheu de remorso, mas isto não o ajudou em nada, veja também Esaú e outras histórias na Bíblia. As Escrituras nos diz que Deus é quem nos dá o arrependimento.

Abaixo uma dose de sabedoria de Calvino que somando a outras me levou a pensar:

"Confesso que Platão parece ter razão quando diz que há no homem cinco sentidos. A estes ele chama instrumentos, pelos quais o senso comum, que é como um universal respeitável, concebe todas as coisas externas, que se apresentam à visão, à audição, ao paladar, ao olfato e ao tato. Depois, a imaginação discerne o que o senso comum concebeu e apreendeu; a seguir, a razão faz o seu trabalho julgando o todo. Finalmente, acima da razão está a inteligência, que contempla com atenção séria e demorada todas as coisas sobre as quais a razão discorre e discute. Assim é que existem três virtudes na alma relacionadas com o conhecimento e o entendimento e que, por isso, são chamadas faculdades cognitivas, quais sejam: a razão, a inteligência e a imaginação. A essas correspondem outras três, que dizem respeito ao apetite, ao desejo. São elas a vontade, cuja função é desejar o que a inteligência e a razão lhe propõem; a cólera ou ira, que segue o que lhe apresentam a razão e a imaginação; e a concupiscência, que toma o que lhe é oposto pela imaginação.

Embora todas estas coisas sejam verdadeiras, ou ao menos pareçam tais , ainda assim é preciso cuidado - que não no distraiamos, porque há o perigo de que elas pouco nos ajudem e de que nos atormentem muito por sua obscuridade"*.

*As Institutas - vol. 1 - pág. 92 - Editora Editora Cultura Cristã - Tradução de Odayr Olivetti da edição original francesa de 1541.